domingo, 13 de março de 2011

COISAS INCONFESSÁVEIS DE TILAPEIROS



E certamente de outros pescadores:
Se está lá nos pesqueiros tradicionais, batendo um “papo”, furado na maioria das vezes, de repente o barulho de mais um carro vindo na estrada...
Silêncio momentâneo, quem estará chegando?
Opa! Um companheiro de todas as horas...
Beleza, ainda mais se ele for um daqueles que sempre volta pra casa “sapateiro”!
Êpa! Não é, outro concorrente...
Que saco, mais um para “azucrinar” no pedaço.
O cara pára o carro e pergunta:
Então, como estão as coisas, ta saindo muita tilápia?
Que nada meu, a coisa ta russa...
Pode nem ser verdade, a verdade é que “disfarçadamente” queremos enganar o trouxa, quase sempre esperando que ele se mande para outro local de pescaria?
Mais não adianta, o cara está determinado, não irá desistir facilmente, então, nova pergunta:
Tem algum lugar disponível?
Ih! Bicho está meio difícil, tem um pesqueiro ali ó, mais está desocupado porque tem muito enrosco.
Pode até ser verdade, exceto ser outra tentativa de fazer o cara desistir, especialmente, pelo medo que o sujeito seja um daqueles que sempre se dá bem, pois geralmente conhecemos a figura.
Pura sacanagem fica-se na expectativa que ele escolha outro e este sim, o que mais tem é enrosco.
Pior ainda, se o “infeliz” concordar em pegar aquele pesqueiro ao lado do nosso, independente se no nosso “lavamos a égua ou ficamos sapateiro”.
O “cara” desce do carro, vai dar uma olhadinha...
Volta e começa a descarregar as tralhas...danou-se.
Com aquela “boa vontade” de mentirinha é claro, ajudamos com as mesmas, quando então, ele pergunta:
Quem pescou aqui jogou muita ceva?
Olha companheiro ( uma ova, para não dizer seu chato), o cara encheu da mesma, jogou um baldão de milho picado, pelo menos uns 10 kilos de ração, encheu a pança dos peixes e acabou não pegando nada.
A verdade é que o antecessor, não fez nada daquilo e por ter se dado bem, resolveu ir embora, então, é mais uma tentativa de “ passar um facão” no sujeito, aquilo que se faz num jogo de truque.
Daí em diante, deixamos as coisas na mão do destino, sem é claro, aproveitar pra meter o pau no sujeito, pois sempre se encontra algo para isto.
E tem mais, chega o momento que o cara trouxe consigo algumas espigas de milho melhores que as nossas ou então, aquele milho branco, que melhora os resultados da pescarias ou mesmo o capim, que o nossos que levamos já acabou ou secou, então dá para imaginar...
A gente chega no sujeito e diz:
Pô cara! Arranja-me um pedacinho de uma espiga de milho e se puder um maço de capim?
Com certeza, muito á contra gosto, o “babaca” atende o pedido e aproveita para dizer:
Olhe, não me leva a mal, mais não espalhe pois vou ficar uns treis dias pescando e não posso ceder mais as minhas iscas para os outros.
Mais como estamos afim de “apurrinhar” o concorrente, aguardamos á noite, para reclamar da luz do refletor que ele usa.
Na verdade, ela nem está incomodando, só é uma justificativa se o “cara” estiver se dando bem.
Se isto não funcionar, temos outras táticas:
Convidar o sujeito para tomar um cafezinho no acampamento ou comer alguma coisa. Tenham certeza, não é gentileza ou consideração, tudo é pretexto para dificultar as coisas para ele.
Bem, poderia estender o assunto, narrando outras “maracutaias”, coisas que possivelmente vocês estão pensando:
Poxa isto não é companheirismo!
É verdade, mais tenham também a certeza, que outros fazem o mesmo conosco e no final...
Bem, aí cada um tem sua estória.
E não venha com a “conversa” que você faz as coisas diferentes:
Truco cara!

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