sexta-feira, 13 de novembro de 2009

O MÃO SANTA



O MAO SANTA

Quando meu filho Tiago tinha uns 12 anos, fomos pescar no Capivari, numa quinta feira, com intenção de pescarmos dois dias e noites seguidas. Escolhemos o pesqueiro Barcaça, aonde eu vinha freqüentando regularmente todas as semanas, na época da tilápia.
Quando chegamos, um dos freqüentadores estava indo embora, então, na medida em que ele subia o barranco, levando suas tralhas, nós descíamos as nossas e ocupamos o pesqueiro deixado por ele.
Arrumamos o local, para ficarmos juntos, ajeitamos a tralhas de pesca, porem pela manhã no verão, o sol batia de frente no pesqueiro e não só o calor, bem como o reflexo dele na água, dificultava a pescaria, de forma que resolvemos ir bater papo com outros pescadores conhecidos.
O tempo passou, era hora do almoço, fomos para a lanchonete do local, almoçamos e depois aproveitamos para montar nossa barraca para dormir a noite.
Á tarde no pesqueiro, já havia sombra, de forma que começamos nossa pescaria, mesmo sabendo que só a noite saem as tilapias maiores; então, ficamos nos divertindo com as pequenas que eram devolvidas á água.
Lá pelas 17,00 horas, voltamos á lanchonete, lanchamos, voltamos ao carro, pegamos algumas roupas, o refletor a gás, lanterna e descemos para o pesqueiro.
Cevamos, armamos as varas e logo começaram a sair algumas tilápias maiores. Isto durou até ás 22,00 horas depois parou, então meu filho resolveu ir dormir.
Fiquei pescando até as 2,00h da madrugada e nada de peixe bom, então também fui dormir.
Na manhã seguinte, sexta feira, depois de tomar o café da manhã, resolvemos procurar outro local com sombra, para pescar com capim e erva doce, mais não desocupamos nosso pesqueiro, pois tínhamos mais um dia pela frente.
Só deu tilapia miúda, então, depois do almoço, na sombra do nosso pesqueiro, continuamos a pescaria.
Ao lado do nosso, tinha outro pesqueiro desocupado, quando chegaram dois conhecidos meus.
Naquela tarde o Tiago pegou algumas tilápias de umas 300gramas e devolvia para água, meus conhecidos ao lado só olhavam...
Porem depois que escureceu, não sei por que “cargas de água”, meu filho quis ir embora. Não concordei, pois para desmontar o acampamento dava um trabalhão danado, mais ele se prontificou a fazer tudo sozinho e eu fiquei pescando até ele terminar.
Voltamos para casa e chegando só guardei os peixes no congelador, tomei um banho e cada um de nós foi dormir.
No sábado, depois do café, fui limpar os peixes, ajudado pelo Tiago.
Terminamos um pouco antes das 10,00 h da manhã e por “farra” perguntei á ele: Vamos voltar pro Capivari?
Ele concordou na hora e como tralha ainda estava no carro, nos mandamos.
É claro que a maioria dos pesqueiros estavam ocupados, inclusive aqueles dois conhecidos já haviam mudado de pesqueiro logo no amanhecer, pois na noite de sexta feira, não pegaram nada..
O único lugar que achamos, era ao lado deles, mais tinha um galho de árvore caído na água e foi lá que resolvemos ficar.
O Tiago armou uma vara e o anzol enroscou, teve que arrebentar a linha.
Armou outra n’outro local, aconteceu de novo.
Armou a terceira mais adiante, por fim deu certo.
Não demorou muito, fisgou uma tilápia média e devolveu para água.
Dalí a pouco, mais uma e devolveu.
Em seguida outra na medida.
Um pouco mais, outra média, que foi devolvida.
Naquelas alturas, um dos meus conhecidos disse brincando:
Pó! Este piá é um “MÃO SANTA” só dá ele, olha guri, se você pegar mais alguma e devolver, quem vai para água é você.
Moral da estória, depois daquele dia, cada vez que eu ia pescar, meus conhecidos perguntavam: O “MÃO SANTA” veio junto?
Eu respondia: Hoje não.
Então com este apelido meu filho Tiago ficou conhecido.
Marcão.

Nenhum comentário:

Postar um comentário